Vamos escrever 48h aqui... 48h após 48h de
observação/maturação.... 48h que valem 2 anos....
Primeiramente? Uma loucura, retomar contato após anos com O
cara que me formou e me deu um norte do que era esta minha vocação, de como era
uma profissão. Neste momento, eu sabia que já tinha vivido tantas viradas – mas
TANTAS – na minha vida pessoal e que a profissional estava querendo perder o
rumo, eu senti o alerta e fui de novo na mesma fonte que me tirou de 6 anos de
hiato por pura imaturidade – mesmo sendo eu idosa de alma, de nascença – eu sabia
que sozinha, eu não iria além da página 20 e como todo mundo sabe – até ele – :
eu sempre quis ir além.
Por que além? Primeiro ir além de mim, além de uma vida,
além de uma história, tocar além dos que me cercam, poder me doar além, me doar
mais, ir além dos meus limites, pensar além e fazer pensar além, fazer as
pessoas conversarem além e até brigarem além, mas não queria ser indiferente
nem que estivessem indiferentes ao meu redor, e, magicamente, aos 10,
instintivamente eu me apaixonei, como se num truque de mágica ao sair de cena
pela primeira vez, eu tivesse encontrado a missão da minha vida. Então, aos 21,
depois de anos de teimosia e vamos colocar a palavrinha mágica que aprendi há
pouco – maturar – eu fui atrás e encontrei a realidade de ser além da
sonhadora, uma profissional com o grande mestre abominável Jeam Pierre. Me formei e todo um
mar passou, ressacas, dias azuis, conquistas e o mais temido de todos os
movimentos: a falta de...
Eu me desconectei com aquela parte de mim que eu só
experimentei enquanto me formava pra me registrar profissionalmente, a linguagem que
conheci ali na JP Talentos, aquela que desafiava diferente do teatro, que me dava uma
adrenalina diferente, uma pulsação de outro gênero...
E eis que com uma boa dose de intuição e conspiração do
universo se abriu esta nova oportunidade, estas 48h... mas foi além dessas 48h,
porque aconteceu todo um processo comigo desde o estalo de ir atrás, a
preparação, vários micro-objetivos que fui alcançando – como gravar de novo e
descobrir que instintivamente, eu tinha maturado, FINALMENTE entendido o que
era a linguagem, finalmente não fui over, fui right HAHAHAHA – e o
planejamento, até finalmente começar a viver as 48h propriamente ditas.
Quando eu falo em preparação, foi um processo à parte, onde
eu dando vida ao meu próprio nome mais uma vez: renasci, me encontrei de uma
maneira e em um momento, que eu sabia exatamente o que queria e trabalhei todas as ferramentas –
TODAS – para me alinhar, abraçando esta oportunidade com toda a minha força.
Semanas de ensaio com
direito a trilha sonora estratégica de preparação se passaram e chegou a hora, eu
viajei... eu LITERALMENTE viajei.
Em 48h, eu embarquei numa jornada, onde fui expectadora de
mim mesma, me perdi de mim mesma, caí em armadilhas que nunca imaginei que cairia – que eu mesma criei – e briguei comigo mesma e ainda estou tentando
decifrar enquanto escrevo estas linhas. Magicamente, tudo que eu preparei,
evaporou e eu zerei... nasci de novo? Renasci, como se estivesse pequena, frágil
e completamente nua e chorando pra dentro, sem conseguir jogar pra fora. Fui
chicoteada, nocauteada por mim mesma e minha mente sabotadora ou uma força
maior, não sei... E eu renasci de novo, porque essa mesma força cuidou de mim,
eu me senti cuidada por várias mãos muito sábias, no momento em que eu me senti
mais vulnerável... e renasci de novo ao descobrir e redescobrir conhecimentos,
ao ultrapassar o pânico de me expor vocalmente durante uma prática de técnica, ao
mesmo em um turbilhão, entorpecida e perdida, eu consegui ouvir, ressignificar
ouvir, ouvir outra pessoa, zerei a cabeça, me ausentei de pensamentos, renasci
como uma folha em branco...
Eu renasci em palavras que mesmo cercada por dezenas de
pessoas, pareciam ter sido pensadas e dirigidas pra mim, foi como se estivessem
me espionado nas últimas semanas, e não no sentido de me assistirem, mas de estarem
dentro da minha cabeça e confirmando tudo que eu estava sentindo e auto-dirigindo,
o que queria – quero – minhas forças, que iria além, simplesmente porque QUERIA
e dane-se o que eu tivesse que fazer pra chegar lá e o universo dava – e deu –
sinais de que eu estava trilhando o caminho certo e eu segui confiante à
frente, eu ouvi isso, eu senti isso e eu vivi isso!
Eu acreditei e me fiz de ímã até chegar nessas 48h, depois
que elas chegaram, tive que renascer de novo, sim, de todas maneiras que eu
acabei de dizer, e, mais uma vez, quando as palavras não pararam nesta quase
narração de todo o processo que eu tinha vivido pra estar ali, elas me
persuadiram do para quê eu estava ali e como eu ia continuar, fui estapeada, esbofeteada,
deslumbrantemente nocauteada ao sentir que falhava... falhava?
Por mais que eu pudesse ter feito mais, além, diferente da minha
parte, no que diz respeito até onde eu podia ir pra talvez chegar no resultado
que eu desejava naquele momento, eu só iria até a página 20, não é? Além da 21, não era
comigo...
Sim, a perfeccionista dentro de mim me diz que eu poderia
ter feito assim ou assado, mas além dela, eu sei e eu sinto que fui cuidada,
preservada, poupada... estava sem condições por razões que a minha própria
razão desconhece e, muito provavelmente, eu poderia arruinar em outro desfecho
e as consequências poderiam ser mais danosas para mim, não me fazer bem profissionalmente...
pessoalmente...
É difícil, não é fácil realizar que às vezes, é melhor que
não seja do que seja, porque não existe nada que aconteça ou deixe de acontecer
que não seja pro nosso bem e eu ACREDITO que tudo que aconteceu, mesmo que
estranhamente, foi dirigido e conduzido para o meu bem e é isso que me importa.
Eu definitivamente não saí sem saber o que fazer, não foi um
ponto final, muito menos uma interrogação, estou tentando decidir entre
reticências ou uma vírgula...
Delas, ou dela, das palavras que eu ouvi, eu tive o meu
primeiro contato real com o coaching, este termo que todo mundo usa, que parece fácil, mas não é e me fez
renascer mais uma vez, porque me revelou talvez o segredo de um milhão de
dólares, ou – abaixando o meu tom agudo de dramaticidade – da vida: de que você
precisa tomar as rédeas, quem manda é você, não é mais ninguém, se você não se
cuidar, você desaba, e foi aí a minha falha, mas foi importante falhar aí, pra
saber que preciso redobrar a minha atenção e os meus cuidados comigo, sem olhos pros lados mais pra dentro de mim. Não
existe sucesso em nenhum sentido se não estiver tudo muito bem aqui dentro.
Daqui de dentro parte o maior encanto de todos, o próprio
sucesso, porque se estiver tudo em ordem, equilibrado, com a frequência
devidamente sintonizada, você vira uma ímã e você vira um campo de força e você
atrai e logo, você forma uma equipe ao seu redor e com você, que acredita no
mesmo, em você e te leva além, indo além junto com você.
Eu ainda estou no primeiro passo e meio da jornada e ainda
vou além, porque eu ACREDITO.
Queria abraçar todos os profissionais que estiveram comigo
nessas 48h, abraçar forte e dizer que eles me fizeram renascer, me deram uma
nova vida de consciência, me orientaram e agradecer por isso. Muito obrigada
por cuidarem de mim e me colocarem num lugar que eu nunca poderia imaginar. –
especialmente você, Jeam Pierre, o grande responsável por tudo, mais 2 anos, 2 anos em 2 dias....
Foi intenso, difícil de entender, de colocar em palavras,
mas foi necessário e eu quis traduzir e deixar aqui registrado que foi inspirador, pra que não se
perca toda essa imensidão, ressignificação...
Deram mais de uma vida ao
meu nome, a sabedoria de que essa é a minha alma, de tudo que eu faço e que é o
que é capaz de me fazer ir pra frente, meu nome e sobrenome: renascer e ser
intensa.
Agora, é maturar – melhor palavra dos últimos tempos do
último final de semana – e dar mais meio passo, depois mais um passo... outro
passo.... outro passo... outro passo... e andar. Andar, caminhar, antes de
correr e ir além.